HELSINGOR E O CASTELO DE HAMLET

Por: Claudia Liechavicius

Helsingor é uma pacata cidadezinha, no nordeste da Ilha da Selândia, na Dinamarca. Seria quase inexpressiva, não fosse seu passado. Tornou-se um ponto estratégico, quando o Rei Erik VII, em 1429, resolveu cobrar tarifas de todos os barcos que passavam pelo Estreito de Oresund, para chegar ao Mar Báltico. Sua localização sempre foi considerada um privilégio para o país, pois é o local de maior proximidade geográfica entre Dinamarca e Suécia.

Helsingor (Dinamarca) é o ponto mais próximo de Helsingborg (Suécia), mas o trajeto é feito de balsa. Entre Copenhague (Dinamarca) e Malmo (Suécia) a distância é maior, mas a travessia pode ser feita por uma longa ponte (maior do que a Rio-Niterói).


O CASTELO DE KRONBORG

Ícone nórdico cercado por um fosso, Kronborg é ao mesmo tempo um castelo renascentista e uma fortaleza militar. O primeiro forte, o de Krogen (O canto), foi ali construído pelo Rei Erik da Pomerania, em 1425, para vigiar os pagamentos das taxas de entrada de navios no Mar Báltico. Alguns anos depois, em 1585, Frederik II mandou erguer um castelo renascentista mais imponente. O Castelo de Kronborg (Castelo da Coroa), que na época era o maior do norte da Europa, vigiava dia e noite as margens do estreito. Em 1658 foi dominado por tropas suecas e usado com propósitos militares por muitos anos. A cobrança de tributos foi suspensa em 1857, depois de 400 anos de pirataria legal. Em 1938 passou a ser aberto para visitação pública. Desde 2000, o castelo está inscrito pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidae. Entre suas principais atrações destancam-se o salão de festas principal, a capela e a estátua de "Holger o dinamarquês".

Ballroom do Castelo de Kronborg, "Salão dos Cavaleiros", em Helsingor.

A estátua de "Holger - o dinamarquês" continua atenta, nos subterrâneos do castelo, para defender o país dos inimigos.


"HOLGER, O DINAMARQUÊS"

Em uma visita ao Castelo de Kronberg, uma estátua chama a atenção de quem desce à escuridão da masmorra. Adormecido, com os braços cruzados em cima da sua espada, "Holger - o dinamarquês" se mantém em prontidão para enfrentar o inimigo. Diz a lenda, que quando o reino for ameaçado por um inimigo estrangeiro, a figura de pedra se tornará real e o guerreiro se levantará para defender a pátria. O artista responsável pela obra foi Hans Pedersen-Dan.

O CASTELO DE HAMLET - "SER OU NÃO SER" 

Quando William Shakespeare ambientou o drama sobre o atormentado príncipe Hamlet, no Castelo de Konborg, no século XVII, Helsingor ganhou maior notoriedade. A cidade, então, passou a ser incluída nos roteiros turísticos pela Dinamarca. Atualmente, ainda são feitas encenações da tragédia à luz de tochas, no pátio central do castelo.

  Kronborg - o Castelo de Hamlet, em Helsingor. Patrimônio Cultural da Humanidade, desde 2000.


PELAS RUAS DE HELSINGOR Com o passar dos anos, a cidade foi perdendo sua importância geográfica e política. Balsas passaram a conectar os dois países, Dinamarca e Suécia, sem a menor cerimônia. Atualmente, não é preciso nem mostrar documentos para ir de um país à outro. Os suecos gostam de ir à Helsingor para comprar estoques de bebida alcoolica, pois o preço destes produtos na Dinamarca é bem mais baixo. Muitas lojas de bebidas podem ser encontradas na rua principal.


Bebidas alcoolicas são muito consumidas e vendidas a preços baixos.


 
As fachadas dos pequenos prédios de Helsingor são antigas e ainda guardam certo charme.

SUBINDO PELA RIVIERA DINAMARQUESA

O trajeto que liga Copenhague a Helsingor, tem pouco mais de quarenta quilômetros de extensão, num percurso que margeia a região costeira ao norte da Ilha da Selândia e é conhecido como "Riviera Dinamarquesa". Ao ouvir essa nomenclatura pomposa, logo vem à cabeça um lugar de praias super badaladas, águas mornas e gente bonita boa parte do ano... Bem, gente bonita, é verdade, tem bastante. E, as mulheres, geralmente de topless. Mas, quanto às praias bombásticas é preciso lembrar que a Dinamarca é um país que fica no extremo norte do planeta, portanto, o período de verão dura no máximo três meses por ano. Além disso, as temperaturas médias do verão variam entre 20 e 25 graus, portanto, a água é sempre fria. O cenário é interessante, porém monótono. Abundam barcos pesqueiros coloridos. Casas à prova de gelo povoam o trajeto ao longo da costa e pouca gente circula por ali. Para quem pensa em desfrutar de boas férias na praia, certamente, essa não é a melhor opção.

A cidade de Rungsted fica na Riviera Dinamarquesa e nos dias quentes (que são pouquíssimos) é um dos pontos preferidos para o descanso de quem mora em Copenhague.


Humlebaek, também fica na região costeira mais concorrida do país, onde se concentram as casas de veraneio.


A pequenina região de Skodborg, na região litorânea, tem muitas casas com esses telhados tipicamente dinamarqueses.

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COMENTÁRIOS

  1. Claudia

    Aqui está uma Riviera boa para mim...hehe...é que eu gosto muito do frio!Este ano estivemos numa outra Riviera,a Italiana,em Julho e eu ia morrendo de calor!
    Esteve no Castelo de Hamlet antes ou depois de ter estado na terra de Shakespeare em Cotswolds?Foi um roteiro completo!

    Bjs

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  2. Oi Margarida.
    Essa Riveira é bem geladinha. Tem que ser corajosa para encarar... Imagino você aqui no Rio de Janeiro...UFA...É melhor vir durante o inverno, quando a temperatura fica em torno dos 18 graus (quando faz frio).
    Fiz uma viagem longa. Realmente. Fui para Londres, Cotswolds, Bath, Copenhague, Roskilde, Helsingor, Bergen, Malmo, Helsingborg e PAris. Uau. Tudo isso em 15 dias. Mas, boa parte foi a trabalho. O que é sempre muito bom.
    Um beijo,
    Claudia

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  3. Claudia, adorei seu blog.
    Ainda estou lendo sobre a Dinamarca.
    Para conhecer Copenhagen,ROSKILDE,HELSINGOR´, você sugere quantos dias? Queremos ir a outros países da Escandinávia.
    Haveria uma cidade base onde custo/benefício de hotéis 3 a 4 estrelas sejam mais baratos e circularmos de carro?
    Gostaria muito de receber suas sugestões.
    Seu e-mail é disponibilizado, para te pedir mais informações e sanar dúvidas?
    Obrigada,
    Mônica

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  4. OI Moniquinha.
    Copenhague vale uns três ou quatro dias pelo menos. Fiquei uma semana e ainda teria mais o que fazer. Lá aluguei um carro e fui a Rokilde e Helsingor no mesmo dia. Também é muito fácil atravessar a ponte e ir até a Suécia. Malmo e Helsingborg podem ser visitadas também em um dia.
    Não deixe de ir à Noruega, especialmente à Bergen. Os fiordes são espetaculares. O melhor modo é ir de avião. Mas, tem que ser entre junho e setembro.
    Espero ter te ajudado.
    Bjs
    Claudia

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