ISSO É OLINDA


Casarios coloridos sobem as ladeiras cheios de graça, palacetes coloniais marcam ponto na história, conventos barrocos e antigas igrejinhas pipocam pelas esquinas. Essa arquitetura quatrocentista carimba o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela Unesco. Mas, Olinda vai além. A charmosa cidade histórica pernambucana também é sinônimo de festa. Seu aclamado Carnaval desfila no ritmo do frevo, do afoxé e do maracatu. Os bonecos gigantes são a marca registrada dos blocos que abarrotam as vielas. Olinda é cor, é arte, é história, é música, é vida.

Os grafites traduzem os traços de Olinda.

Ó LINDA!

Estrategicamente construída onde o azul do mar encontra o verde da mata, Olinda se orgulha de ser uma das cidades mais antigas do Brasil. Nasceu em 1535, abrigou ricos comerciantes, ganhou prestígio e foi a primeira capital de Pernambuco até meados do século XIX quando a vizinha Recife assumiu o posto. 

Além disso, Olinda detém o título de Primeira Capital Brasileira da Cultura. É roteiro obrigatório no Brasil. Impossível não se encantar com o legado histórico, com a diversidade cultural, com o colorido das casas, com seu ritmo cheio de personalidade, sua orla, sua arte, com o visual que se tem dos mirantes, com os mercados, museus, sua gente e com a gastronomia.

Em primeiro plano Olinda e ao fundo Recife.

SEM PRESSA

Olinda pede calma. Dar uma passada rápida de algumas horas pela cidade até é possível, mas é pouco. Um dos maiores prazeres é exatamente caminhar sem pressa e sentir a energia que pulsa forte em seus labirintos históricos. 

Pelas ladeiras de Olinda.

Se perca pelas ruas de pedra observando os detalhes cheios de cor e de ritmo. Durma pelo menos duas noites para curtir esse astral. Recomendo a Pousada do Amparo, que ocupa dois antigos casarões da rua do Amparo. A pousada é uma das mais charmosas do centro histórico, com apenas 7 acomodações e serviço muito atencioso, com café da manhã numa varanda aberta para a piscina, delicioso. Quem indicou foi a apresentadora Fátima Bernardes que vez ou outra é vista circulando por ali.

Azulejos da porta do Pousada do Amparo.

Suíte da Pousada Amparo.

Também dê uma olhada na Pousada dos Quatro Cantos instalada num casarão do século XIX e na colorida Alto Astral. Saiba que as pousadas têm padrão simples em Olinda. Não espere luxo. 

SOBE E DESCE

Comece pela Cidade Alta. No Alto da Sé visite o Museu de Arte Sacra entre a Casa dos Bonecos Gigantes e o Elevador Panorâmico. 

Igrejas são 22. O Convento de São Francisco é belíssimo com azulejos portugueses originais da época e arte barroca. 

Visite a Igreja da Sé também chamada de Matriz de São Salvador do Mundo, a Igreja do Amparo e o belíssimo Mosteiro de São Bento com altar-mor coberto de ouro e onde se assiste missa com Canto Gregoriano aos domingos. 

Dois mercados interessantes em Olinda são o Mercado da Ribeira e o Mercado de Artesanato do Alto da Sé (mas saiba que nesse momento de pandemia andam bem parados). 

Convento de São Francisco.

Mosteiro de São Bento.

Nas bordas do centrinho histórico - no Mercado Eufrásio Barbosa - visite o Museu do Mamulengo que faz referência a “mão molenga” dos artesãos para movimentar os tradicionais fantoches de Pernambuco. Perto dali a Igreja do Carmo se ergue imponente no Parque do Carmo, nesse momento circular pelo parque requer certo cuidado. Por isso, não cheguei a entrar na igreja. 

Igreja do Carmo.

O Sobrado Mourisco, na praça João Alfredo, faz parte da história colonial de Olinda. Era onde o Imperador D. Pedro II e sua esposa, a Imperatriz Teresa Cristina ficavam hospedados.

Sobrado Mourisco.

No final do dia basta sair do portão da Pousada do Amparo para curtir uma seresta do sanfoneiro Benedito da Macuca, que mora na casa ao lado. Ele é uma lenda viva em Olinda e uma simpatia.

Benedito da Macuca.

COMER BEM EM OLINDA

Por dentro da pousada do Amparo você atravessa um corredor e chega ao restaurante Beijupirá, um dos meus favoritos em Olinda. Só a vista que se tem da varanda pendurada no Alto da Sé já vale a visita. A cozinha é caprichada. Difícil escolher um prato só, pois o cardápio é convidativo. Comece com um caldinho de peixe Piradinho e uma caipirinha de cajá, na sequência vá de moqueca mista de peixe e camarão ou de Beijupitanga e finalize com uma Cartola de Deus, sobremesa deliciosa com finas camadas de banana com uma crosta crocante de açúcar e canela, e sorvete de creme. Também tem opções veganas.

  
Beijupirá.

Outros bons restaurantes são: Patuá, Oficina do Sabor, Art & Grill e os petiscos da Bodega do Veio (em frente à Pousada do Amparo). 

Para tomar o melhor sorvete de Olinda vá a Sorveteria Saborear-te (também em frente a Pousada do Amparo).

Não perca por nada o chá da tarde no Ateliê Art & Machê Café, na rua São Bento 90. Coma o melhor Bolo Souza Leão de Pernambuco feito diariamente pelo chef Arnandes. Esse bolo foi servido ao Imperador D. Pedro II quando ele visitou a casa do Barão de Souza Leão que queria recepcioná-lo com uma iguaria portuguesa. Como não havia os mesmos ingredientes de Portugal, a escrava foi adaptando a receita e o resultado ficou maravilhoso. O bolo leva massa de mandioca, leite de coco, 24 gema de ovos, calda de açúcar e manteiga. A receita passou a ser considerada Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.

  
Bolo Souza Leão.

RECIFE TE CHAMA

Olinda está a 10 quilômetros de Recife. 

Em Recife vá ao Marco Zero onde uma grande obra do artista pernambucano Cícero Dias, a Rosa dos Ventos, salta do piso da praça com pedras coloridas de quartzo e granito. 

Ao lado, os armazéns do porto foram revitalizados e abrigam um grande centro de artesanato com peças em cerâmica, esculturas, trabalhos manuais em fuxico, literatura de cordel. 

Ainda no porto visite o Museu do Cais do Sertão que conta a história de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. 

Do outro lado do rio está o Parque das Esculturas Francisco Brennand construído para celebrar os 500 anos do Brasil. Não deixe de ver as mais de 90 esculturas do artista. Dá para ir de barco. 

Além do Museu das Esculturas, Francisco Brennand também dá voz a outro espaço cultural, a Oficina de Cerâmicas, localizada num antigo engenho do bairro da Várzea. Já, o Instituto Ricardo Brennand, que no momento está fechado à visitação, é um complexo formado por museu, pinacoteca, biblioteca, galeria e por um belo jardim. Foi inaugurado em 2002 pelo colecionador Ricardo Brennand e expõe um rico acervo de pinturas do holandês Frans Post e de armaduras medievais. 

Para comer muito bem em Recife indico o Nez Bistrô, do painho da minha querida Garota Estúpida, Camila Coutinho.

Marco Zero, Recife.

COMO CHEGAR E ONDE ESTICAR

Do Aeroporto Internacional de Guararapes se chega a Olinda em pouco mais de 30 minutos. Alugar carro no aeroporto é boa ideia caso você tenha a intenção de esticar até Muro Alto, Porto de Galinhas, Praia de Carneiros ou queira ir até a belíssima costa de Alagoas, onde as estrelas são a Praia de Antunes em Maragogi, Patacho e Milagres.

Olinda merece sua visita. 

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COMENTÁRIOS

  1. Cidade encantadora e seu texto é um convite a circular por essas ladeiras. Parabéns.

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