CINCO DIAS NO JALAPÃO


Exótico, intocado, remoto, vasto e curioso até no nome. Jalapão. Tudo por conta de uma batata nativa encontrada na região do Tocantins, de nome "jalapa", usada com fins medicinais pelos quilombolas desde que se estabeleceram no coração do Brasil. Mas, daí a ganhar a terminação "ão" tem mais estória. A tal plantinha muitas vezes é cortada em pedaços e colocada em infusão na cachaça para dar um tom alaranjado e alegrar a moçada. Quando o "cabra" pede uma dose pequena de pinga, vem uma "Jalapinha". Se a dose for grande, "Jalapão". 


 Jalapinha ou Jalapão. Só depende do tamanho do trago.


E não é que todas as cores do Jalapão caminham para o dourado? 
Seja na pinga, no artesanato ou na paisagem.

Se fosse só isso já era interessante. Agora adivinhem quem foi um dos primeiros investidores do Jalapão, nas décadas de 70 e 80? Dizem por lá que o rei do narcotráfico, Pablo Escobar, escolheu aquele lugar lindo e escondido para plantar cannabis sativa e refinar cocaína. Contratou mão de obra local barata e passou a semear grandes áreas do que chamava de "jojoba". Assim foi levando sem ninguém desconfiar. Fez uma pista de pouso de 1200 metros no meio do nada, ao lado do local onde nasceu um mega resort de padrão luxuoso chamado de Pousada do Jalapão pertinho de Mateiros, uma das regiões mais pobres e de menor densidade demográfica do Brasil. Cobria as plantações de maconha com telas para não dar bandeira e pagava muito bem seus funcionários. Hoje a pousada está abandonada no meio de uma área de proteção ambiental. Tem apenas um segurança tomando conta e o banheiro fica disponível ao público que faz uma parada antes de chegar à belíssima Cachoeira da Velha. Quem diria! 


Cachoeira da Velha.

Lembranças do que foi a Pousada do Jalapão.

COMO CHEGAR NO JALAPÃO

A porta de entrada para desbravar o Jalapão é a cidade de Palmas. Ela foi construída, em 1989. É muito jovem. Nasceu no local onde havia uma fazenda que foi desapropriada pelo governo para dar lugar a capital do novíssimo estado do Tocantins, criado após a divisão de Goiás. 

Mapa do Brasil. Tocantins é o coração

Palmas foi planejada, como Brasília. De um eixo central em forma de cruz partem as ruas de maneira organizada. Tem uma grande praça central considerada uma das maiores do mundo, a Praça dos Girassóis, cercada de prédios públicos, hotéis e área comercial. Com 26 anos de vida já tem 250 mil habitantes que vieram de outros estados como Maranhão, Pará, Mato Grosso, Piauí, Goiás e Bahia, seus vizinhos. Foi projetada para abrigar 2.5 milhões de habitantes. É chamada de "a capital de todos os brasileiros". Tem muitos evangélicos. Seu carnaval tem foco religioso, com shows de música gospel. A cidade é limpa, espaçosa e por enquanto, relativamente segura. Tem um grande lago formado pela represa do rio Tocantins onde se formam pequenas praias usadas pelos moradores o ano todo. Mas, é preciso ter cuidado. O lago tem piranhas. Quando o nível da água sobe, muitas vezes elas passam por cima das telas de proteção e atacam os banhistas. 

Palmas, capital do Tocantins.

Atrativos turísticos Palmas praticamente não têm. Mas, para chegar à cereja do bolo do Tocantins, que é o Jalapão, é preciso desembarcar no Aeroporto de Palmas, Lysias Rodrigues. Os horários de voo a partir do Rio de Janeiro, nosso ponto de partida, não são muito bons. Chegamos a meia noite em Palmas, num voo da Azul com escala de 3 horas em Goiânia. Então, optamos por dormir no hotel Girassol Plaza, bem fraco mas considerado o melhor da cidade e partimos na manhã seguinte bem cedo. 

Optamos por fechar um pacote de cinco dias com a Norte Tur por ser uma área muito vasta e com pouca infra-estrutura turística. Rodamos com o guia Marcelinho 1.250 quilômetros durante a viagem. Pernoitamos em Pouso Alto duas noites e Mateiros outras duas noites. Foi perfeito. 

Leia mais informações sobre a escolha do roteiro AQUI

Mapa do Jalapão

PRIMEIRO DIA NO CORAÇÃO DOURADO DO BRASIL

Partimos de Palmas de manhã cedo, numa camionete 4x4 e com um guia que conhecia a região como a palma da mão. Isso é indispensável. Optamos por viajar sozinhos, sem grupo. Isso agiliza a viagem e dá muito mais liberdade. 

A primeira parada foi a 32 quilômetros de Palmas, em Taquaruçu, para conhecer e já mergulhar nas cachoeiras Escorrega Macaco e Roncadeira. O acesso até as quedas d'água é feito por trilha leve de um quilômetro. É possível descer de rapel por dentro da cascata da Roncadeira. Observe as cordas no canto esquerdo da foto. 

IMPORTANTE: Use tênis ou botas nas trilhas, pois há muitas cobras na região. Nessa trilha vimos duas. Maio é considerado é o mês com mais cobras circulando pelo Tocantins. 

Cachoeira Escorrega Macaco.

Cachoeira Roncadeira

Do outro lado da estrada fica a Cachoeira do Evilson. Aqui, a descida pela trilha de 500 metros até a cachoeira é bem íngreme. Difícil para pessoas com dificuldade de locomoção. Aproveitamos para almoçar ali mesmo. Comida caseira feita na hora por encomenda. Frango caipira, arroz, feijão e salada. Tudo muito simples. Não há nenhum luxo no Jalapão. Esse é um dos seus tesouros, a simplicidade. 

Cachoeira do Evilson.

Depois do almoço, última parada antes de seguir por 140 quilômetros por estrada asfaltada na maior parte do trajeto, até Ponte Alta. Encaramos uma trilha de 800 metros para chegar à Cachoeira da Arara. Deliciosa. Ela é de uma família que cobra 10 reais a entrada por pessoa. Vale pagar o ingresso. 

Cachoeira da Arara e suas cascatas

Observe que as quatro cachoeiras acima são muito parecidas. Elas ficam bem próximas, praticamente uma ao lado da outra. 

Já no meio da tarde chegamos em Ponte Alta, uma cidade de 7500 habitantes. Ficamos hospedados por dois dias na pousada Águas do Jalapão. Muito simples, mas atendida por uma família atenciosa. Café da manhã simpático e refeições gostosas. 

Ponte Alta.

Principais atrações e distâncias a partir de Ponte Alta.

Para encerrar o dia com chave de ouro fomos assistir o imperdível por do sol na Pedra Furada, tendo no horizonte o Morro da Cruz também chamado de "pantufa" e outros paredões de arenito. Como trilha sonora, a arruaça dos casais de araras azuis passando em voo.


Por do sol na Pedra Furada

Paredões de arenito, uma constante no horizonte do Jalapão

Morro da Cruz ou "pantufa" ao por do sol

SEGUNDO DIA COM CACHOEIRAS, CANYON E SERESTA

Para aproveitar bem o Jalapão saímos antes das 8 horas da manhã do hotel Águas do Jalapão rumo a Cachoeira do Lajeado, a 35 quilômetros de Ponte Alta. Essa cachoeira não é muito visitada, mas foi uma das minhas favoritas. A água cristalina cai em cascata numa escadaria de pedra alaranjada. Piscininhas convidativas se formam no rio que ganha cor de Coca Cola com o reflexo das pedras. Simplesmente espetacular. Um daqueles lugares de onde não dá vontade de ir embora e que vai ficar marcado na lembrança para sempre. 

Dica: Use um tênis ou outro calçado que não escorregue e que possa molhar se você quiser descer até a base da cachoeira. Vale a descida. 


Cachoeira do Lajeado. 

Dali retornamos a Ponte Alta para almoçar e no caminho de volta paramos no Canyon Sussuapara que fica a 15 quilômetros da cidade. Relativamente perto para os padrões de distância do Jalapão. Pouco antes da nossa visita, um rapaz tinha escorregado e caído do penhasco no canyon. Fraturou a perna em dois lugares. Acidentes são comuns na região. Por isso, ande sempre com cuidado, use calçados que garantam boa aderência ao solo e siga as instruções do guia com atenção. 


Um bom guia faz a diferença no Jalapão. Ajuda a evitar acidentes.  

Canyon Sussuapara. 

Pelas estradas do Jalapão. A vida simples e rural no coração do Tocantins

Ainda no caminho outra pausa. Dessa vez para prestigiar os artesãos locais que trabalham divinamente tramando o ouro do Tocantins, o Capim Dourado. Adoramos a simpatia e as peças do Guilherme que vende seu trabalho na loja Cabana. O telefone para quem tiver interesse é 63 8466-9703. Trabalho lindo. 


Arte em Capim Dourado, na loja Cabana. 

A Cachoeira do Soninho foi o passeio da tarde, a 65 quilômetros de Ponte Alta, com uma queda de 30 metros e grande volume de água. Na estrada, o carro passa sobre uma laje onde um córrego delicioso forma piscininhas antes de cair em cascata. Parada obrigatória. 


 Pausa no meio da estrada para um refresco.

E logo em seguida chega a espetacular Cachoeira do Soninho. É longe. Vale cada quilômetro rodado pela estrada de terra deserta e esburacada.


Cachoeira do Soninho

No trajeto de volta, mais um por do sol divino. As cores do céu do Jalapão impressionam. Não dá para perder esse espetáculo. Escolha sempre um lugar legal para assistir essa hora mágica.

Por do sol no Morro da Cruz

Para fechar o dia com chave de ouro, nosso guia Marcelinho trouxe um artista local para uma seresta. Miúdo veio com sua rebeca para lá de original, feita por ele, e animou a noite na pousada. Na cabaça, seu filho acompanhava a cantoria. Muito divertido. Miúdo é um personagem conhecido em Ponte Alta. Com mais de 70 anos e muita alegria nos trouxe um pouco da cultura local. Poder presenciar um momento como esse é um dos maiores valores de uma viagem. 


Miúdo e sua rebeca

UM SHOW DE ÁGUA, DUNAS E CORES NO TERCEIRO DIA

Depois de passar dois dias em Ponte Alta para conhecer a região saímos cedinho do hotel em direção a cidade de Mateiros, no coração do Jalapão. Mateiros tem apenas dois mil habitantes. É um vilarejo onde todo mundo se conhece. Ruas de terra e casas rústicas. Ficamos hospedados na Pousada Santa Helena. Quartos espaçosos, com ar condicionado e rede na varanda. Sem grandes luxos, mas foi o melhor hotel da viagem. Bom café da manhã. Outras opções de hospedagem na cidade são as pousadas Panela de Barro e Veredas Tropicais


Vendedor de artesanato feito com Capim Dourado, em Mateiros

Andamos 100 quilômetros até chegar a antiga Pousada Jalapão, que contam que pertenceu a Pablo Escobar. Paramos rapidamente para conhecer as instalações do que um dia foi a pousada mais luxuosa do Jalapão. 

Alguns metros à frente fica a entrada da espetacular Cachoeira da Velha também chamada pelos locais de "mini Iguaçu". Ela tem 20 metros de queda e 100 de largura, formando dois semicírculos. O lugar é lindo e ao longo do rio Novo há várias prainhas de areia branca super convidativas. É preciso saber onde entrar no rio, pois a correnteza é muito forte e perigosa. Essa região foi usada para filmagem de algumas cenas de Deus é Brasileiro, com Antônio Fagundes.

 Cachoeira da Velha

 Praias de areia branca fininha ao longo do rio Novo

Nesse local não tem nenhum restaurante. Então, levamos sanduíches e frutas para fazer uma refeição no caminho. O picnic foi divertido! Dali seguimos mais 100 quilômetros por estradas de terra ou areia muito estreitas com passagem apenas para um carro. O reality show Surviver aconteceu num acampamento nessa região. Nenhuma pessoa ou carro cruzou nosso caminho nesse dia. Apenas areia, sol e uma natureza intocada. Espetacular. É preciso muita responsabilidade para fazer uma viagem como essa em segurança. Um bom carro, reserva de combustível, água, alimentos suficientes para qualquer eventualidade e um guia que saiba muito bem onde está indo são o segredo da tranquilidade. Não é à toa que o Rally dos Sertões passa pelo Jalapão. Alguns aventureiros optam por fazer esses trajetos de moto ou quadriciclo.

Antes da chegada em Mateiros fizemos uma das paradas mais incríveis da viagem, nas Dunas do Jalapão. Enormes bancos de areia dourada e alaranjada cercados pela Serra do Espírito Santo e cortados por um pequeno riacho repleto de buritis formam um cenário inacreditável. Especialmente nesse dia, o céu se encheu de nuvens acinzentadas e o efeito foi de um colorido maravilhoso.

Entramos no parque das dunas as 16:30 e não havia ninguém. Antes disso, a areia fica tão quente que a entrada é proibida. Caminhamos sozinhos nessa imensidão dourada por quase duas horas. Paz absoluta. Apenas o barulho das aves e do vento quebravam o silêncio. Um super espetáculo da mãe natureza!

 
 Dunas do Jalapão.

Por fim, depois desse show de cores chegamos a Mateiros onde ficamos hospedados na pousada Santa Helena. A cidade é mínima, mas tem restaurantes, sorveteria, pizzaria e até uma pista de pouso para aviões de pequeno porte. Jantamos os dois dias no restaurante da D. Rosa onde fui apresentada ao frango com pequi, ao arroz de cuxá e a caranha. Super experiência. Nosso Brasil é tão grande e sempre tem alguma novidade no caminho.

O QUARTO DIA COMEÇOU DE MADRUGADA

Horário previsto para sair do hotel rumo ao mirante da Serra Espírito Santo: 4:30 da madrugada. Cedo! Dia de fazer trilha forte de mil metros pelas pedras, morro acima. Dificuldade moderada. É preciso usar botas que não escorreguem e que segurem bem os tornozelos para evitar problemas. Subimos em pouco mais de 30 minutos. Ainda sobrou um tempinho para respirar e tomar água antes do sol nascer.

Depois que o dia clareou andamos na chapada por uma trilha fácil, plana, de 3 quilômetros até chegar ao outro lado do morro para ver as Dunas do Jalapão do alto. As dunas ficam pequenininhas lá embaixo.

Para ser bem sincera, eu diria que esse foi o passeio mais cansativo e para mim, o menos interessante da viagem. Gostei muito mais das dunas, das cachoeiras, das prainhas de rio e dos fervedouros. Mas, há quem ache imperdível. Depende do interesse de cada um.

Mirante da Serra do Espírito Santo. 

A seguir, o primeiro fervedouro da viagem. Aguardado com ansiedade. O Fervedouro da Ceiça fica a 28 quilômetros de Mateiros. Um poço de água cristalina, cercado de bananeiras e com o fundo repleto de borbulhas no ponto onde há a nascente de um rio subterrâneo. A água sobe do chão com pressão e impede que a pessoa afunde. É uma sensação estranha e deliciosa de flutuação. Só experimentado para saber como é.

Fervedouro da Ceiça

Alguns quilômetros mais e paramos na Cachoeira do Rio Formiga para um mergulho numa das cachoeiras de água mais azul do Jalapão. A queda d'água não é das maiores. O que encanta é a cor da piscina natural que se forma. Essa é uma das atrações mais visitadas do Jalapão. Vive cheia de gente. Por isso, passamos apenas para um mergulho e partimos para almoçar no restaurante do Arnor, onde tem o Fervedouro do Buritizinho com água de cor alucinante. No entanto, esse fervedouro por ser mais fundo, não dá mesma a sensação de flutuação do anterior.

Cachoeira do Rio Formiga.  

Fervedouro do Buritizinho.

Não pode faltar uma visita a comunidade quilombola de Mumbuca, o berço do artesanato do Capim Dourado. A matriarca Guilhermina Matos, conhecida como Dona Miúda, ensinou a arte de tecer o Capim Dourado para suas filhas e netas. Assim, o artesanato ganhou o mundo. A comunidade é pequena, humilde e muito receptiva. Eles adoram tirar um dedo de prosa com os visitantes, contar estórias, cantar suas músicas e vender sua arte, de onde tiram o sustento. Comprar algumas peças em Capim Dourado é a certeza de ajudar a comunidade.

 Uma artesã e seu trabalho em Capim Dourado.


Maurício, o músico de Mumbuca, com sua viola de buriti e o pequeno aprendiz.


Mumbuca, a comunidade quilombola. 

Última parada do dia no Fervedouro do Buriti para mais um mergulho e é hora de retornar para Mateiros. Água morna e cristalina. Essas piscinas são espetaculares e cada uma diferente da outra. Tem que conhecer todas.

Fervedouro do Buriti

A maioria dos fervedouros fica em propriedades particulares e os donos cobram um valor de ingresso que varia entre 10 e 20 reais por pessoa. Durante nossa visita ao Fervedouro do Buriti, as moradoras estavam descascando um balde de frutos cor de laranja. Fiquei curiosa e perguntei o que era. Descobri que era o famoso buriti que elas estavam preparando para fazer doce. Provei e gostei. A fruta tem um caroço grande que é coberto por uma polpa massuda que lembra a consistência de uma batata. Mas, não é só o fruto que se aproveita do buriti. Com a fibra é feito um fio muito resistente que serve para costurar as peças feitas em Capim Dourado. A casca do buriti é usada para fazer móveis, instrumentos musicais e canoas. A palha serve para cobrir telhados.

Buriti sendo preparado para consumo.

QUINTO DIA E A DESPEDIDA DO JALAPÃO

Último dia no coração do Brasil. Saímos cedo da Pousada Santa Helena, em Mateiros e a quilometragem prevista era grande. Trezentos quilômetros, sendo duzentos em estrada de terra e apenas cem em estrada asfaltada. Mas, fomos parando pelo caminho e nem sentimos cansaço. A primeira pausa foi na Cachoeira do Prata para um mergulho rápido. Lugar lindo e vazio. Só nosso. A seguir parada para almoço no delicioso restaurante do Gercimar de comida caseira, onde é preciso fazer uma reserva pelo telefone 63 9950-7604. Depois do almoço deu tempo para curtir o Fervedouro de São Félix, o maior dos que visitamos. Ensolarado. Cristalino. Delicioso.

Cachoeira do Prata

Fervedouro de São Félix.

Pegamos estrada novamente, passamos pela pequena cidade de São Félix com seus dois mil habitantes e seguimos por mais vinte quilômetros até a Serra da Catedral onde foi filmado Xingu. O morro é lindo. No alto, uma formação em arenito que lembra uma catedral. Na parede da frente, os números 147 aparecem de maneira misteriosa. Dizem que ninguém escreveu aqueles números ali.

 Morro da Catedral.

Mais a frente, já perto de Novo Acordo, a última cidade do Jalapão, alguns morros avermelhados instigam a imaginação com suas formas interessantes. É o Morro Vermelho ou Morro do Gorgulho. As pedras tem aspecto de chaminés e animais. Basta soltar a imaginação e a diversão é garantida. Lugar belíssimo.

 Morro do Gorgulho

A seguir, pegamos a estrada de asfalto em menos de uma hora chegamos a Palmas, onde pernoitamos no Hotel Girassol Plaza para descansar da estrada e esperar pelo horário do voo no dia seguinte. 

MELHOR ÉPOCA

O Tocantins é quente o ano inteiro. A temperatura varia entre 25 e 35 graus. No entanto é dividido em época chuvosa de dezembro a maio e seca de junho a novembro. Ir ao Jalapão com chuva não é boa ideia. Fomos no mês de fevereiro e tivemos muita sorte. Foram cinco dias espetaculares de sol.

 Maio é um mês com muitas cobras. Junho e julho são altíssima temporada e os meses de temperatura mais fresca, ao redor de 25 graus. Para ir fora da alta temporada e em período de seca escolha os meses de agosto, setembro e outubro.

IMPORTANTE

Leve dinheiro. Muitos lugares não aceitam cartão de débito ou crédito no Jalapão.

O QUE LEVAR NA MALA

Prefira roupas leves e soltas, pois é quente o ano todo.  Lembre-se que você vai ficar molhado com grande frequência nas cachoeiras, prainhas de rios e fervedouros. Capriche nas roupas de banho. Tenha sempre na mochila uma roupa seca para trocar e uma toalha. Use roupas que sequem com facilidade.

Não esqueça:
  • Repelente para insetos
  • Filtro solar
  • Chapéu ou boné
  • Óculos escuros
  • Sandálias Havaianas
  • Tênis ou outro calçado confortável e seguro para as trilhas e que possa ser molhado.

PS: Não leve snorkel e máscara. Você não terá onde usar. Só vai encher a mala. 

ONDE COMER

Em Palmas. Restaurante Cabana e Restaurante Tabu. Peça os peixes de rio da região: Caranha, Tucunaré ou Surubim.

Em Mateiros: Restaurante da D. Rosa (ele faz comida caseira local, entre os pratos que experimentei comi Arroz de Cuxá, Frango com Pequi e Arroz de Carne de Sol). Outras opções na cidade são: Rancho 21, Beira da Mata, Pizzaria Carioca e o restaurante que faz Chambari (um prato típico do Tocantins feito com a canela do boi fatiada e ensopada).

Em Ponte Alta não tem restaurantes.

INDICAÇÃO DE HOTÉIS


Em Palmas: Hotel Girassol Plaza
Em Ponte Alta: Pousada Águas do Jalapão
Em Mateiros: Pousada Santa Helena ou Panela de Barro.
Em São Félix: Pousada da Irá e Capim Dourado.

Os hotéis da região são simples e baratos. Custam entre 100 e 200

INDICAÇÃO DE AGÊNCIA DE TURISMO LOCAL E GUIA

Quem nos acompanha no blog sabe que geralmente não contratamos agência de turismo nas nossas viagens. No entanto, no Jalapão, achamos fundamental ter um auxílio para tornar a viagem mais segura. Os trajetos são grandes entre os pontos de interesse e quase não há placas de sinalização. 

Escolhemos a Norte Tur e gostamos demais do serviço prestado pela pequena empresa familiar comandada pela atenciosa Telma. Contato 63 9996-0020 ou 63 3215-4957.

O guia que acompanhou nossa aventura foi o simpático e atencioso "Marcelinho", João Marcelo Sanches Parente. Indico totalmente. Ele conhece como ninguém a região, vai contanto histórias interessantes pelo caminho e está sempre disposto a ajudar. Contato: 63 9999-2113 

Para uma experiência bastante genuína de glamping no Jalapão recomendo a KORUBO. Ao mencionar que você foi indicado pelo Viajar Pelo Mundo terá 5% de desconto.

O guia Marcelinho tornou a viagem mais segura.

Essa é uma viagem ao coração do Brasil, no novíssimo estado do Tocantins. O ponto alto do Jalapão é a exuberância da natureza ainda intocada. Rios de águas cristalinas cortam canyons e pipocam em centenas de cachoeiras. Os surpreendentes fervedouros borbulham em piscinas azuis. Milhares de pés de buritis se exibem por caminhos encharcados chamados de "veredas". Araras azuis, corujas, tucanos, raposas, cotias e seriemas passam alvoroçados vez ou outra no horizonte. Em meio às planícies sem fim surgem montanhas avermelhadas de arenito e dunas douradas enquanto o silêncio e a paz reinam absolutos no calor do Jalapão. É um destino que merece ser considerado com carinho por quem não tem medo de encarar a simplicidade da vida rural e longas distâncias por estradas ruins. 

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UMA AVENTURA NO JALAPÃO 

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COMENTÁRIOS

  1. Muito lindo! As fotos estão fantásticas. Menina, em casa não falta pequi, mamãe nos visitou em dezembro, e deixou uns três quilos no freezer rsrsrsrsrs amei as dicas, quando formos embora, marido e eu pretendemos fazer algumas viagens de carro. A princípio queremos sair do Sul da Bahia até Roraima, estado que eu nasci. O futuro a Deus pertence, vejamos o que ele nos reserva. Beijos.

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    1. Taia,

      É um dos lugares mais fotogênicos do Brasil. Que cores!!!! De enlouquecer.

      Ah! Pequi!!!! Adorei. Fui muito bem apresentada a ele. Gostei demais. Duas frutinhas no frango e dá um sabor especial. Que delícia!!!!!

      Viagem longa de carro vocês querem fazer. Mas, tem tanta coisa linda pelo caminho que nem cansa.

      Que Deus reserve um futuro especial para vocês. Família linda essa!!!!

      Bjks

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  2. Dizer que Palmas não tem pontos turísticos é desconhecer totalmente a cidade... Tem certeza que veio aqui?! Dê uma pesquisada... Ou melhor, venha visitar Palmas não apenas de passagem e depois opine!!

    Reclama da dificuldade pra chegar... Pq não comprou passagem na GOL ou TAM? os voos podem ser escolhidos e os horários de chegada tb... muitos voos chegam durante o dia, mas pela maneira que vc colocou, só se chega a Palmas na madrugada e depois de varias horas de escalas, coisa que não é verdade!!!

    O Hotel Girassol não é o melhor de Palmas, apesar de não ser ruim!! Era só ter escolhido um Hotel de Luxo... Mais uma vez eu digo: VISITE PALMAS e se surpreenda!!!

    O Jalapão é realmente lindo...

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    1. Oi Nina,

      Desculpa por ter te decepcionado com a minha percepção sobre Palmas.

      Fiquei dois dias em Palmas e realmente não encontrei os pontos turísticos aos quais você se refere na cidade. Por favor, me diz quais seriam os pontos turísticos legais. Na próxima ida à cidade vou procurar encontrar esses lugares.

      Os voos são realmente bem chatinhos a partir do Rio. Não consegui nada melhor do que isso. Não tem voos diretos. Sempre com escala seja lá qual for a companhia aérea. Aliás, entre elas não tem muita diferença de preço. Não é mesmo? Portanto, esse não é o problema. O problema é realmente a malha aérea para Palmas.

      O hotel me foi indicado por amigos que moram na cidade como sendo o melhor. Qual seria o melhor na sua opinião?

      Na verdade não tenho frescura com hotel. Em alguns lugares realmente não tem bons hotéis e isso não diminui a beleza do local. Apenas não gosto quando certo hotel se diz 5 estrelas e apresenta um péssimo serviço que não passa nem perto de ser o que pretende.

      Certamente voltarei a sua cidade pois morri de paixão pelo Jalapão. Fui muito bem recebida pelas pessoas que cruzaram meu caminho. Todos muito gentis e de bem com a vida!

      Um grande beijo para você. Desejo muita paz e muitas viagens na sua vida.

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  3. Você escreve muito bem Claudia!!! Amei conhecer o seu blogue.
    Suas dicas são certeiras e muito valiosas.
    Parabéns e muito obrigada por dividir sua experiências.

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    1. Muito obrigada, Taís. Minha intenção é poder dividir com os leitores um pouquinho do que vejo pelo mundo.
      Obrigada pelo comentário. Você fez meu dia mais feliz.
      Bj

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  4. Olá, bom dia!
    Moro no oeste da Bahia e fiquei muito interessada em conhecer. Pode me falar mais ou menos a média de gasto nessa viagem?

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  5. Relato bem legal, muito bem descrito, as fotos são lindas! Por favor continue viajando e nos agraciando com suas escritas.

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  6. Se um dia eu for ao Jalapão. Espero que seja bao

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    1. Oi Alexandre,

      Fui com a Norte Tur e meu motorista foi o MArcelinho que fez a diferença. Você pode entrar em contato com ele pelo Instagram @urucuiaturismo.to

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  7. Oi, Claudia, foi a agência Norte Tur que fez o roteiro e escolheu as pousadas de vocês no Jalapão ?

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  8. Bom dia, Claudia! Gostaria de saber a média de gasto nesses cinco dias com alimentação, pousada e guia turístico. Se possível me envia e-mail: miriammila2004@gmail.com
    Grata, Miriam Silva.

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  9. Miriam,

    Entra em contato com o Marcelinho que foi nosso guia (maravilhoso) e vê direto com ele. Telefone 63 98431-1561 e whatsapp 63 99992113. Beijo e boa viagem

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  10. Olá, gostaria de saber só por que Lagoa do Tocantins não está no seu mapa?
    Apesar de não ser muito visitada por turistas, ela existe! Mais de vinte e cinco anos de emancipação e lugares ótimos para diversão. Ela existe tá?!
    Logo depois de Santa Tereza.

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  11. Parabens pelo texto. O mais detalhado que achei até agora.

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  12. Olá! Estive no Jalapão durante essa semana e através da dica de vocês e procurei a agência Norte Tur. Compramos um pacote de 5 dias e fomos acompanhados pelo guia Júnior.
    Foi uma experiência espetacular e ficamos muito satisfeitos com os serviços da agência!

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  13. Olá, adorei seu texto ! Pretendo ir ao Jalapão nas minhas férias e gostaria de saber qual data você foi para poder me organizar. Vi em alguns blogs que na seca e na cheia existe muita diferença nas paisagens.
    Obrigada,
    Monique Rabelo

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  14. Olá, adorei seu texto ! Gostaria de saber em que mês você foi para poder me organizar,pois pretendo fazer esse destino nas minhas férias e soube que existe muita diferença de paisagem entre a cheia e a seca.
    Obrigada,

    Monique Rabelo

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    Respostas
    1. Monique,

      Estive me fevereiro e foi ótimo, apesar de ser quente. Nosso guia Marcelinho foi fundamental para tornar a viagem incrível. Recomendo.

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  15. Olá, curti muito a sua viagem, vou em agosto por conta própria (sem agência) e já estou com o roteiro quase pronto. Valeu a dica da cachoeira do Lajeado, já incluí aqui rsrs Vou passar uma noite em Ponte Alta (pousada), duas em Camping e uma em São Félix no Fervedouro Bela Vista (me parece que é o mesmo que vc nominou como São Félix. Valeu pelas dicas

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