O QUE VER E FAZER EM SAINT-PAUL-DE-VENCE


Era um dia quente de verão. Muito sol, céu azul, flores enfeitando o caminho e de repente, numa curva da estrada surge o vilarejo medieval mais fotogênico do sul da França, Saint-Paul-de-Vence. Claro que não resisti ao encanto e estendi minha estada além do previsto para curtir com calma o astral impregnado de arte dessa cidadela fortificada de sonho.

O charme de Saint-Paul-de-Vence.

ARTE POR TODA PARTE

É que o vilarejo começou a ser frequentado por ninguém menos do que a nata artística e intelectual europeia no início do século XX. E essas marcas estão literalmente estampadas nas paredes de Saint-Paul. Já na entrada da cidade, um letreiro anuncia o hotel La Colombe d’Or (A Pomba de Ouro). A velha casa poderia até passar em branco não fosse o legado deixado por seus habituais frequentadores. Nomes como Picasso, Colette, Signac, Miró, Soutine e tantos outros costumavam se hospedar no hotel. Muitos deles não tinham recursos e pagavam pela hospedagem com suas obras. Dá para imaginar o acervo? Um mural de Léger no terraço, muitas obras de Picasso, perto da piscina uma pomba de Braque, na sala de jantar... simplesmente Matisse, e por aí vai. Chagall morou alguns anos na cidade e vivia cercado desses amigos prodígio. Quer saber outros nomes que também circularam por lá? Scott Fitzgerald, Isadora Duncan, Yves Montand, Greta Garbo, Sophia Loren... Simples assim!

Chagall foi um ilustre morador da cidade. Sorte e arte para St-Paul-de-Vence.

DICA: Para ficar hospedado ou jantar no hotel La Colombr d'Or é preciso reservar com muita antecedência. A boa é tomar um drinque ao entardecer. Você vai curtir o astral do hotel e circular entre as obras. É o suficiente. Tem outros hotéis mais charmosos tanto dentro das muralhas de Saint-Paul (Le Saint Paul) como nos arredores (Alan Llorca).

La Colombe d'Or.

ONDE IR

Praticamente em frente ao La Colombe d’Or, e ainda antes de passar pelo portão que leva às vielas muradas, sente no Cafe de la Place e tente decifrar as regras da petanca, um jogo com bolas de metal que rola o dia todo na praça de chão batido. A Grande Place é o centro social da aldeia. Dali para a frente, apenas carros credenciados tem permissão para entrar. O melhor mesmo é circular a pé pois o vilarejo é mínimo e lindo.

A praça principal na entrada de St-Paul-de-Vence é onde o jogo de petanca acontece.

Entre pelo grande portão de pedra, em forma de arco, cercado por altas muralhas e protegido por um canhão. Comece fazendo uma caminhada pelas muralhas que circundam a cidade. O visual é de cair o queixo.

Visual encantador e arte são uma constante em St-Paul-de-Vence.

Depois, caminhe pela Rue Grande onde tem várias galerias e estúdios de arte, além de lojinhas com produtos provençais. Ao longo dessa rua preste atenção às duas fontes. Suba até a parte mais alta da cidade para alcançar a Chapelle de Penitents Blancs que fica ao lado do prédio Le Donjon usado como presídio até o século XIX e do Museu de História Local.

Pelas vielas de St-Paul.

Há várias fontes espalhadas por Saint-Paul.

FUNDAÇÃO MAEGHT

Fora das muralhas do vilarejo não deixe de conhecer esse museu de arte moderna construído em 1964 pelas marchandes Marguerite e Aimé Maeght. O prédio branco foi projetado pelo arquiteto catalão José Luis Sert. O acervo é muito rico e inclui obras de Chagall, Miró, Braque, Giacometti, Kandinsky e vários outros.

A Fundação Maeght é um dos pontos altos de Saint-Paul-de-Vence.

DOIS HOTÉIS DE MUITO CHARME

Saint-Paul-de-Vence é tão especial que derrubou a intenção de passarmos apenas uma noite. Resolvemos dividir a estadia em duas partes. Uma noite no fantástico hotel Alain Llorca do chef badalado-estrelado e outra no fofíssimo Le Saint-Paul, um hotel Relais & Chateaux dentro das muralhas. Foi perfeito.

1. Alain Llorca. Escolhemos o hotel ao passar por ele na estrada. Bingo! Tanto em termos de hotelaria como de gastronomia. Primeiramente fomos recebidos com muita gentileza pela esposa de Alain, Virginie Llorca. Ela mesma escolheu o melhor quarto para nossa hospedagem e fez a reserva de uma mesa na varanda para o jantar ao pôr do sol. A propriedade fica debruçada sobre o vale e tem a silhueta de Saint-Paul-de-Vence bem à sua frente. Imaginamos que jantar naquele restaurante estrelado (Michelin) tendo aquele visual como pano de fundo seria legal. Vocês não tem ideia do que foi. Inesquecível! Tudo perfeito. Jantar nota 10. Para voltar com certeza. E o nosso quarto era enorme, clean, charmoso, caprichado, com um jardim lindo onde foi servido o café da manhã, ou melhor “aquele” café da manhã. Recomendo! Fica a cinco minutos de Saint-Paul e pertinho da Fundação Maeght.

Alain Llorca. 

2. Hotel Le Saint Paul Relais & Chateaux. No dia seguinte resolvemos curtir a vibe medieval de um hotel dentro das muralhas. Outro acerto! Depois das 5 horas os turistas vão embora e a tranquilidade impera. No verão, escurece depois das 21 horas. Perfeito para explorar a cidade sem pressa, jantar, tomar um sorvete e curtir o charme do hotel. Os quartos são pequenos, mas aconchegantes e deliciosos. O café da manhã é servido numa varanda linda, cheia de ombrelones, aberta para o vale. Um daqueles lugares de onde você não tem vontade de ir embora. Indico totalmente.

Le Saint Paul. 

Difícil dizer de qual dos hotéis gostei mais. Gostei dos dois e especialmente da possibilidade de curtir Saint-Paul de todos os ângulos.

Saint-Paul é a cereja do bolo do sul da França.

POR PERTO

Aproveite para ir a Grasse, a cidade dos perfumes que fica a 22 quilômetros de Saint-Paul. Faça uma visita a Fragonard e conheça o processo de fabricação dos perfumes. No mais, a cidade não oferece muita coisa.

Pelas ruas de Grasse.

Perfumaria Fragonard, em Grasse.

Ainda na montanha, não deixe de visitar a misteriosa Eze, se puder durma pelo menos uma noite na aldeia.



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