O MELHOR DE HELSINQUE


O que me levou para a Finlândia, um país tão distante do Brasil e tão frio, foram as luzes dançantes da aurora boreal. Era um sonho antigo ver esse fenômeno da natureza que acontece apenas nas regiões polares do planeta. Então, no finalzinho do mês de outubro, com as temperaturas começando a cair pela proximidade do rigoroso inverno nórdico, lá fui eu para a chamada Terra do Fim

Meu roteiro de 12 dias pela Finlândia (clique no link para saber mais sobre o roteiro) começou pela capital Helsinque, que mesmo sendo a maior cidade do país, tem apenas 600 mil habitantes. Já, a Grande Helsinque engloba outras duas cidades que juntas somam um milhão de pessoas. A capital é tão tranquila, simpática e segura que já foi eleita pela revista britânica Monocle como uma das 25 melhores cidades do mundo para se morar,  tal a qualidade de vida. É um lugar onde tudo funciona. Os motoristas de táxi são corretos, os carros não buzinam, os pedestres respeitam os sinais para atravessar a rua, os bondes passam no horário previsto. A organização salta aos olhos. 

Helsinque, uma cidade segura de dia e de noite.

Exatamente por ser uma cidade bem calma e muito fria no inverno, Helsinque não é um destino muito turístico. Costuma entrar no roteiro de viagem como parte de um contexto maior. No meu caso, o objetivo "número um" eram as cidades de Rovaniemi e Saariselkä, na Lapônia, para ver a aurora boreal. Helsinque foi a porta de entrada para a Finlândia e uma bela surpresa. 

Porto de Helsinque e ao fundo as cúpulas brancas da Catedral Luterana

SOBRE A FINLÂNDIA

A maior parte da população da Finlândia se concentra no sul do país, tal o frio que faz ao norte. Mesmo sendo o oitavo maior país da Europa em extensão é o que tem a menor densidade demográfica. Línguas oficiais são duas: finlandês e sueco. Além disso, muita gente fala inglês. A comunicação é fácil. 

Lagos e florestas são a cara da Finlândia.

A Finlândia é um país de cenários belíssimos. É cercada por um grande arquipélago. Um terço do seu território é coberto por lagos. São mais de 180 mil lagos e muitas florestas de pinheiros e bétulas. Faz fronteira com a Rússia, Suécia, Noruega e a Estônia está do outro lado do Golfo da Finlândia. Por isso, muita gente chega ao país de trem vindo de St. Petersburg, na Rússia (uma viagem de pouco mais de 4 horas), de barco vindo de Tallin, na Estônia, que está a apenas 80 quilômetros pela água (uma viagem de uma hora e meia se for num ferry mais rápido), de carro vindo da Suécia e Noruega (essas fronteiras são abertas e sem frescura) ou de avião pelo aeroporto de Vantaa, como foi o meu caso, vindo do Brasil num voo da KLM com escala em Amsterdã (ou tantas outras rotas).

Mapa da Finlândia.

FLANANDO PELA CAPITAL 

Helsinque convida a longas caminhadas. A cidade é arborizada, limpíssima, cheia de parques, tem vários museus, um porto animado e é banhada pelo Mar Báltico. Pois é, Helsinque tem praia, a praia de Hietaniemi, vale lembrar que a água é super gelada. É uma cidade de belos recortes.

O agitado porto de Helsinque.

Comece sua caminhada pela região do porto. Ele é o coração da cidade. Fica em frente a Praça do Mercado. Ali tem uma feira diária com barracas que vendem desde arenque, salmão, frutas, legumes a roupas de lã e artesanato local. É um dos melhores lugares da cidade para se provar a culinária local. 

Feira da Praça do Mercado, Helsinque.

DICA: Se quiser sentar num lugar mais tranquilo para degustar o caviar da região sugiro o Finlândia Caviar. Ele fica de frente para o porto, na rua Eteläranta 20. Sente no janelão de frente para o movimento da rua, peça uma taça de champagne, blinis com caviar e se deleite. 

Finlandia Caviar.

Se estiver viajando com crianças aproveite para dar uma volta na Roda Gigante da Finnair que é a maior do país, com 40 metros de altura ((alguns adultos também curtem). Não cheguei a andar, mas o visual deve ser bonito lá de cima. Em frente a roda gigante fica a Piscina Allas de Helsinque que usa água do mar e mesmo com temperatura ao redor dos 5 graus Celsius estava cheia de gente. Parece que eles não ligam muito para o frio.

No fundo a Roda Gigante de Helsinque e na frente a Piscina Allas com água do mar.

Do porto, a cada 40 minutos parte um ferry rumo a ilha-fortaleza de Suomenlinna tombada pela Unesco, em 1991, como Patrimônio da Humanidade. A travessia é linda e dura pouco mais de 20 minutos. O valor do ticket é 5 euros. O forte foi construído em 1748 quando a Finlândia ainda pertencia aos suecos. Anos depois foi conquistado pelos russos com quem permaneceu até a revolução bolchevique, em 1917. Hoje, Suomenlinna funciona como uma espécie de "parque temático". Quase mil pessoas moram ali e trabalham nos prédios históricos, museus, cafés, restaurantes que ficam entre as muralhas cercadas por canhões que fazem lembrar da história da independência do país.

Forte de Suomenlinna e suas construções históricas. 

De volta ao porto caminhe até a icônica Catedral Ortodoxa Uspensky. Ela se destaca no alto de uma pequena colina, de frente para o mar, com suas paredes de tijolos vermelhos e interior grandioso. Foi projetada pelo russo Aleksei Gomostayev e concluída no século XIX quando a Finlândia se encontrava sob domínio russo.

Catedral Ortodoxa Uspensky.

Andando mais dois quarteirões você chegará a Praça do Senado que reúne várias construções importantes da cidade, entre elas o Palácio do Governo, a Biblioteca Nacional, a Universidade de Helsinque e a imponente Catedral Luterana Tuomiokirkko, obra do grande arquiteto finlandês Alvar Aalto.

 Ao fundo a Catedral Luterana e no centro da Praça do Senado um monumento que homenageia o Czar Russo Alexandre II.

Ao redor da praça há várias lojinhas de artesanato, outras de design, além de restaurantes e cafés. O Café Engel é boa pedida para uma pausa e para ver pela janela o vai e vem dos pedestres e dos bondes coloridos.

Praça do Senado.

E por falar em design não deixe de dar uma caminhada pelo Design District, um bairro repleto de ateliês, galerias, escritórios de arquitetura e design tipicamente finlandeses. Essa veia artística é uma das marcas da cidade. Observe que todas as vitrines tem um selo.

 Design District.

Aproveite para visitar o Museu do Design quase em frente a igreja St. John.

Museu do Design.

As lojas conhecidas internacionalmente e a loja de departamentos Stockmann ficam em outra região da cidade, nos arredores das avenidas Mannerheimintie e Aleksanterinkatu, onde fica também o imperdível Museu de Arte Moderna Kiasma, o Museu Nacional Kansallismuseo, a Casa de Concertos Finlândia Hall e o prédio do Parlamento.

Stockmann. 

Museu de Arte Moderna Kiasma.

Se tiver tempo disponível faça também um bate-e-volta a cidade medieval de Porvoo (leia mais detalhes clicando no link) e em outro vá até Tallinn, na Estônia.

Porvoo. 

BONS RESTAURANTES

Para jantar recomendo dois restaurantes deliciosos. Um deles é o asiático badalado Gaijin, com indicação Michelin. O outro é o italiano simpático Toscanini.

INDICAÇÃO DE HOTEL

Fiquei hospedada no charmosíssimo Hotel Klaus K, que pertence ao grupo www.designhotels.com Ele fica na rua Bulevardi, num ponto excelente, a alguns passos das principais atrações da cidade, no Design District. Meu quarto tinha decoração assinada pela designer Katya Tukiainen. No próximo post vou mostrar o hotel em detalhes para vocês.

OUTRAS INFORMAÇÕES

LÍNGUAS OFICIAIS: finlandês e sueco. Mas, inglês é falado por muitas pessoas. 

MOEDA: euro.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS: passaporte com prazo de validade de 6 meses. Não é necessário visto.

Aurora Boreal.

Depois de passar 3 dias adoráveis em Helsinki, com direito a um bate-e-volta à cidade medieval de Povoo, voei de Finnair para Ivalo onde aluguei um carro que devolvi em Rovaniemi. Passei 8 dias explorando o norte da Finlândia. Nos próximos posts conto para vocês minha experiência em Saariselkä e Rovaniemi em busca da aurora boreal.

Até mais. 

Booking.com

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COMENTÁRIOS

  1. A Finlândia é um lugar maravilhoso e com um nível de desenvolvimento espetacular. Quando digo desenvolvimento, leia, inclusive, desenvolvimento humano, enquanto espécie. Diga-se de passagem, os países nórdicos parecem ter herdado dos vikings uma maneira diferente e próspera de agir no planeta. Defendo a tese de que lá não é a Terra do Fim, mas sim a Terra do começo do mundo. Excelente matéria Claudia, belíssimas fotos, excelentes dicas, perfeita retratação do país que é um dos primeiros na escala de qualidade de vida e de educação no planeta.

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