ZÂMBIA, ZIMBÁBUE, BOTSUANA E ÁFRICA DO SUL ADIADOS


Se tudo tivesse transcorrido normalmente, eu teria feito uma viagem de sonho pela África em março de 2020. O roteiro de dezesseis dias incluía quatro países: África do Sul, Zâmbia, Zimbábue e Botsuana. Na dúvida, sem saber ainda a proporção que a pandemia do coronavírus iria tomar, adiei tudo. Decisão consciente e muito acertada. Foi hora de ficar em casa e evitar cruzar fronteiras. Cada gesto solitário e solidário importava muito.

O sinal de alerta da escalada do coronavírus na África iniciou pelo Egito, país que visitei em novembro de 2019 e que me marcou profundamente com tanta história, mas rapidamente se espalhou pelo continente.

A África do Sul, país que seria minha porta de entrada e saída nessa viagem tão aguardada, decretou 21 dias de lockdown e suspensão de todos os voos. Por sorte, adiei o sonho. Eu certamente teria ficado presa por lá com meu filho mais novo e isso seria assustador.

A África tem 54 países e destes, 48 tinham casos confirmados da doença. Na época, eram mais de 4 mil infectados. Sendo que a África do Sul concentrava um terço dos casos do continente africano. Voos suspensos, escolas fechadas, eventos cancelados, isolamento social e a pandemia só fazia se espalhar.

Pelas ruas de Johannesburg e Cape Town, as maiores cidades do país, os turistas desapareceram. Os brasileiros que chegaram antes do fechamento das fronteiras precisaram pedir auxílio ao consulado para retornar e mesmo assim tiveram dificuldade. Muitos ficaram presos. Alguns contaram que não podiam nem sair do quarto do hotel, outros nem hotel tinham. Uma situação angustiante e de solução complexa.

Os voos da África do Sul partiam apenas de Johannesburg e havia muitos relatos de brasileiros que viajaram mais de 20 horas de carro ou ônibus a partir da Cidade do Cabo para tentar retornar ao Brasil.  As companhias aéreas cancelaram os voos devido ao fechamento das fronteiras, na tentativa de conter o avanço do coronavírus. Cerca de 200 brasileiros ficaram presos na África do Sul aguardando a possibilidade de voltar ao Brasil. Por pouco não fiz parte desse grupo.

Acordei inquieta na madrugada anterior ao meu embarque e corri para o computador para falar com os hotéis onde ficaria hospedada. Todos responderam prontamente e me aconselharam a adiar a viagem. 

Meu roteiro seria o seguinte:

VOO São Paulo – Johannesburg: Latam (tive muita dificuldade de contato com a empresa pois o sistema estava sobrecarregado, minha senha on-line passava do número de espera 1.300, num primeiro momento recebi comunicando de “no show” via e-mail, mas alguns dias depois eles foram muito corretos devolvendo o valor integralmente)

África do Sul, Johannesburg: Four Seasons Hotel The Westcliff Johannesburg (cancelamento imediatamente da reserva, os hotéis Four Seasons são sempre impecáveis)

VOO Johannesburg (South África) – Victoria Falls (Zimbabue): British Airways (cancelamento imediato com devolução parcial do valor pago)

Zimbabwe, Victoria Fall River Lodge: muito gentis e rápidos no contato. Deixaram por minha conta a decisão de cancelar ou adiar. Adiei, claro! O Zimbabue era sonho antigo.

Victoria Falls River Lodge, Zimbabwe. Foto divulgação.

Zâmbia, Tongabezi Lodge e Sindabezi Island. Esses foram “de todos os hotéis” os únicos que cobraram 50% no caso de cancelamento. Mas, como adiei a viagem, isso não foi problema. Ficou apenas o desconforto da preocupação maior em relação ao dinheiro do que com a saúde das pessoas.

 Tongabezi Lodge, Zâmbia. Foto divulgação.

Botswana, seria um bate e volta de um dia em carro 4x4, para dois safaris. Também adiado!

A beleza de ver os animais em seu ambiente natural. Foto divulgação.

VOO South African Airways da Zâmbia para a África do Sul (cancelado com reembolso das taxas de embarque e impostos)

África do Sul, Royal Malewane no Kruger Park, The Silo em Cape Town e La Residence na região vinícola de Franschhoek, todos do grupo The Royal Portfolio. Foram muito amáveis no adiamento da viagem.

Royal Malewane. Foto divulgação. 

Os hotéis e companhias aéreas, num momento tão difícil, foram de modo geral muito corretos e gentis, propondo cancelamento ou adiamento da viagem sem dificuldade. O turismo foi um dos setores que mais sofreu. 

Aguardei o ciclo da pandemia terminar e em setembro de 2022 embarquei para esses países, e outros mais, para comemorar meus 60 anos e celebrar a vida. 

Meu roteiro ficou espetacular incluindo: 
*Tanzânia no período da Grande Migração (Four Seasons Serengeti Lodge)
*Ruanda para fazer o trekking com os gorilas (em Kigali, hotel The Retreat e em Volcanoes Park, hotel Singita Kwitonda)
*Zâmbia para fazer walking tour em busca dos rinocerontes brancos e mergulhar na Devil's Pool, na Victoria Falls (hotéis Tongabezi e Sindabezi)
*Zimbábue para conhecer o outro lado da Victoria Falls, e game drive pelo rio Zambezi cheio de hipopótamos (hotel Victoria Falls River Lodge)
*Botsuana para fazer safari no Parque Nacional de Chobe e no Delta do Okavango (hotéis Savute Elephant Lodge e Eagle Island, duas propriedades espetaculares do Belmond Safaris)
*África do Sul para conhecer Cape Town e a região das vinícolas Cape Winelands (hotéis The Silo, La Residence e finalizei a viagem no Belmond Mount Nelson)

Foi uma experiência emocionante do primeiro ao último minuto, especialmente por ter sido um sonho tão aguardado. Uma das viagens mais impactantes e significativas da minha vida.

Em breve estarão no ar todas as matérias sobre cada um desses destinos.

África, um sonho realizado! 

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COMENTÁRIOS

  1. Decisão correta mas quando for possível vá. Na quarentena as lembranças desses lugares enriquecem a vida. Inclua um chá no Livingstone hotel e uma aventura no Devil's Pool.

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    Respostas
    1. Olá!

      Em breve isso tudo terá ido embora e vou com certeza! Sonho antigo. Devil's Pool estava no programa, mas o chá no Livingstone Hotel vou incluir. Obrigada pela dica. Fique bem.
      CL

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