Quanto mais viajo, mais entendo o poder que o turismo tem de deixar boas marcas em um destino e de levar gotas de esperança, especialmente no que se refere a contribuição para uma sociedade melhor e quanto ao legado para as gerações que estão por vir. Por isso, incluí no meu roteiro um dos países mais pobres da África, onde a maior parte da população vive abaixo da linha da pobreza, com pouco acesso a água potável e rede sanitária, a Zâmbia. Subnutrição, analfabetismo e aids são alguns dos problemas que assombram o país. Tomei o rumo do lodge Tongabezi para deixar minha pequenina contribuição àquelas pessoas tão amáveis, que me ensinaram muito sobre a arte de viver.
Imagine acordar sem pressa, no ritmo dos elefantes, em uma ilhota do rio Zambeze, ouvindo estrondosos grunhidos de hipopótamos e vendo da varanda do bangalô a algazarra dos macacos enquanto o sol desponta feito uma bola de fogo no horizonte. Simplesmente estarrecedor! Era com essa energia que começavam meus dias no inesquecível Zimbábue.
Sem saída para o mar, Ruanda faz fronteira com Uganda, Burundi, República Democrática do Congo (antigo Zaire), Tanzânia; e, surpreende em plena região dos Grandes Lagos, na África centro-oriental, não só pelo relevo aninhado entre montanhas, pelos vulcões adormecidos, por sua história recente de superação, como também pela magia do encontro com os gorilas.
O mosaico linguístico da Tanzânia é inacreditável. Mais de 100 idiomas são falados nesse país da África Oriental que tem o tamanho aproximado do estado do Mato Grosso. Pois foi com um sonoro “Jambo!”, que significa “olá” em suaíli, que desembarquei no pequenino aeroporto de Seronera, se é que dá para chamar de aeroporto. Talvez se encaixe melhor no conceito de “pista de pouso”. Mas isso não faz diferença uma vez que eu estava aterrissando no sonho de conhecer o Serengeti, maior santuário de vida selvagem do planeta.
Nem sempre temos controle sobre os caminhos que a vida aponta. Em março de 2020, eu estava com a mala pronta para a África, quando o mundo parou. A companhia aérea me ligou 3 horas antes do embarque comunicando o cancelamento do voo em função da pandemia. Claro que fiquei frustrada, afinal o roteiro tinha sido desenhado com tanto empenho: Zâmbia, Zimbábue, Botsuana e África do Sul. Sonho adiado...
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