O QUE É QUE REYKJAVIK TEM? VAMOS PARA A ISLÂNDIA?


Pela janela do avião - depois de três horas de voo a partir de Londres - meus olhos brilharam ansiosos ao avistar os telhadinhos das casas da capital mais setentrional do mundo. Enfim, Reykjavik. A tão sonhada Islândia estava mais próxima do que nunca. Gelada, pacata, remota, vulcânica mas ao mesmo tempo inusitada, colorida, animada e à frente do seu tempo. Diferente de tudo!

Vitrine de uma loja de Reykjavik repleta de puffins, os papagaios do mar.


TUDO SOBRE REYKJAVIK


A Islândia começou a ser habitada no século IX pelos vikings. Mais tarde, pertenceu à Noruega e à Dinamarca. Por fim, conquistou sua total independência em 1944 e logo se tornou uma das nações mais ricas do mundo. Hoje se orgulha de ser o país com maior igualdade entre homens e mulheres, de não ter exército desde 2009, de ter uma previdência social muito avançada, de ter criado o parlamento mais antigo do mundo, de ter escolas gratuitas do primário à universidade para os islandeses, de não ter Mc Donald’s, de ter água potável saindo de todas as torneiras, de ter sagas e lendas repletas de elfos, duendes, gnomos e trolls, e de ter uma veia artística forte. Impossível não se apaixonar.

Os Trolls fazem parte das lendas islandesas.

A pequena Reykjavik (que significa “baía fumegante”) é a porta de entrada para essa terra cheia de personalidade. Geleiras, águas termais, gêiseres, placas tectônicas, praias de areia vulcânica e cachoeiras são algumas das belezas naturais que você vai encontrar nessa  ilha que ocupa uma área menor do que o estado do Ceará. 

Gêiseres do Círculo Dourado, a pouco mais de 100 Km de Reykjavik.

O acesso a Islândia é sempre pelo aeroporto de Internacional de Keflavik, a 30 quilômetros da capital. Aproximadamente 100 mil pessoas moram na cidade, o que representa um terço da população da ilha. O povo é muito gentil e educado. Fique pelo menos dois dias em Reykjavik para conhecer um pouco mais da essência da cultura islandesa.

Centro de Reykjavik.

Escolha um hotel num ponto central para que você possa se locomover a pé, já que o transporte público não é o ponto alto do país. Não tem metrô nem bondes e as linhas de ônibus são insuficientes e pouco pontuais. Se estiver de carro alugado saiba que estacionar no centro é complicadíssimo, apesar do trânsito ser tranquilo. Adorei o Hotel-Boutique 101 por ser charmoso e muito bem localizado. Os quartos são bem decorados, aconchegantes, com banheiro integrado e café da manhã delicioso. Se preferir um hotel de padrão turístico, num ponto central, dê uma olhada no Radisson Blu 1919. Se quiser um hotel tradicional, clássico na cidade, escolha o Borg. Em qualquer um deles você poderá conhecer a cidade a pé se o vento e a neve permitirem. Vale lembrar que a temperatura varia ao longo do ano de -2 a 15 graus, em média. Na prática, as estações do ano são inverno e verão, definidas pela quantidade de luz e não pela temperatura. No inverno, os dias são curtinhos, mas você tem a chance de ver a famosa aurora boreal dançando para você. No verão, os dias são longos e o sol da meia-noite é quem dá as cartas.

Hotel 101

Para suportar o frio de modo saudável, os islandeses tomam óleo de fígado de bacalhau e vitamina D todos os dias. Tome você também enquanto estiver por lá e leve esse aprendizado para a vida. Viajar é isso. Aprender um pouquinho em cada destino.

Vamos passear por Reykjavik?


ONDE IR EM REYKJAVIK


Comece explorando Reykjavik à beira-mar. De longe você vai avistar o belíssimo Teatro Harpa, um centro de convenções com salas para concertos. Ele abriga a ópera e a orquestra sinfônica islandesa. O prédio parece ter sido feito com blocos de gelo gigantes. Foi projetado pela empresa dinamarquesa de arquitetura Henning Larsen e a iluminação da fachada é assinada pelo artista Olafur Eliasson.

Harpa, um dos prédios de arquitetura mais interessante de reykjavik.

Caminhe até o antigo porto se o frio der uma trégua. No porto tem bons restaurantes e é de onde partem os passeios de barco para observação de baleias. Quando venta demais, as excursões são canceladas. Veja que tudo depende do clima no país, por isso a alta temporada vai de junho a agosto. A mãe natureza é quem dá as ordens na Islândia. Ainda nessa região prove o cachorro quente mais famoso da cidade no Baejarins beztu. O local ganhou fama depois de Bill Clinton fazer um parada para saborear a iguaria que leva salsicha feita com carne de ovelha preparada com cerveja.

Porto de Reykjavik.

Vá até a Praça do Parlamento, Austurvöllur, o coração da cidade. Conheça a Casa do Parlamento e a Catedral Dómkirkjan, que ficam em frente ao Hotel Borg (onde tem um restaurante do Jamie Oliver). O laguinho que fica ali atrás é imperdível. No inverno congela e deixa os cisnes e gansos agrupados numa área pequena próxima aos visitantes. Eles não se intimidam e vem em busca de algum alimento no meio das pessoas.

Lago de Reykjavik.

Visite a Casa Höfoi onde Ronald Reagan e Gorbachev negociaram o fim da Guerra Fria em 1986. Ela não pode ser visitada por dentro.

Casa Höfoi.

Praticamente em frente a Casa Höfoi, na beira do mar, fica a escultura viking Sólfar, feita em aço por Jon Gunnar Amason como uma reverência ao sol. É um ícone na cidade.

Escultura Solfar à beira-mar em Reykjavik.

Não deixe de visitar a igreja luterana Hallgrimskirkja, com o formato da proa de um navio viking, no alto da rua de comércio Skólavórôustigur. Dá para subir na torre de 75 metros de altura para ver a cidade espalhada a seus pés.

Igreja Hallgrimskirkja no centro de Reykjavik.

Museus há vários. Escolha entre o Museu Nacional da Islândia, o Living Art Museum, o Perlam com seus domos de vidro ou a i8 Gallery com exposições de artistas contemporâneos. Se possível, visite todos.

Museu Nacional da Islândia em Reykjavik

Há muitas coisas para conhecer na cidade durante o dia. Guarde um pouco da sua energia para conhecer a noite islandesa. Mesmo com o frio, as pessoas saem, se divertem e bebem bastante. Se noite não for “a sua praia” escolha um dos tantos restaurantes simpáticos para curtir a gastronomia local. A comida é muito fresca. Peixes são o carro chefe sempre acompanhados de legumes produzidos em estufas. Baleia, papagaio do mar e tubarão não são o “arroz com feijão” do islandês, são servidos apenas em ocasiões especiais ou em restaurantes turísticos.

A noite de Reykjavik tem fama de ser animada (para os padrões nórdicos).

ENFIM...

Desembarque sem medo na colorida Reykjavik. Esteja preparado para enfrentar as intempéries da mãe natureza. Saiba que faz frio o ano todo, mas nada insuportável. No inverno venta muito e as tempestades de neve sãofrequentes. Elas podem bloquear as estradas. Mas, elas logo estarão abertas novamente. O país é muito bem cuidado e desenvolvido. 

Cisnes se protegendo de uma tempestade de neve no porto de Reykjavik.

Talvez você sinta a terra tremer, afinal tem mais de 200 vulcões espalhados pela pequena ilha e placas tectônicas que separam dois continentes. Além disso, essa é uma viagem cara. Desfrute ao máximo da beleza do país, da educação do povo, da segurança, da vida noturna animada em Reykjavik, da excelente internet, dos hotéis charmosos, dos bons restaurantes. Coma muito peixe e legumes frescos sem agrotóxico, beba água limpa em qualquer lugar, mesmo que às vezes tenha um leve sabor de enxofre. Não se preocupe com insetos, eles não se criam por lá. A Islândia tem personalidade forte. Impossível não se apaixonar! Depois de passar dois ou três dias na capital Reykjavij e mergulhar de cabeça na cultura dos descendentes vikings, programe-se para conhecer o sul desse país diferente de tudo que você já conheceu pelo mundo.

 Será que Reykjavik é para você?

ALGUMAS DISTÂNCIAS

DE REYKJAVIK:

ao Círculo Dourado 120 Km
a Hverageroi 40 Km
a Grindavik 52 Km
a Hella 80 Km
a Vik 170 Km
a Kirkjubaejarklaustur 250 Km
a Jokulsarlon 370 km

Mapa do sul da Islândia.

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COMENTÁRIOS

  1. Irei em Setembro com os meus filhos, muito obrigado pelas dicas.
    Abraço.

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  2. Já assisti duas séries pelo Netflix tendo a Islândia e principalmente Reykjavik como local onde se desenrola a trae só por isso já fiquei facinado pelo país. Espero um dia poder conhecê-lo.

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