VIAGENS E CORONAVÍRUS


Esse tal de Covid-19 nos pegou de surpresa! Estamos enfrentando um momento desafiador desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a existência de uma pandemia causada pelo coronavírus. Uma verdadeira guerra contra um inimigo microscópico. Os Jogos Olímpicos do Japão foram adiados, os parques da Disney estão fechados, a Torre Eiffel não tem mais filas, as ruas do mundo inteiro estão vazias e milhares de pessoas, infelizmente, perderam a batalha. Nesse caos global, o turismo foi atingido de forma violenta na terra, no ar e no mar. Fronteiras fechadas, cruzeiros suspensos, companhias aéreas com grande parte de suas frotas no chão e muitos hotéis com as portas fechadas temporariamente, sem data para reabrir, como é o caso do tradicional Belmond Copacabana Palace, além de outros 60 só aqui no Rio de Janeiro.

E agora? Qual será o futuro do turismo?

Em meio a pandemia, um sentimento tão nobre que tem emergido e feito uma grande onda coletiva é a solidariedade. Reescrever o script de 2020 pensando no coletivo passou a ser a grande arma.

O hotel Four Seasons New York, que é um clássico na cidade, com vistas super cobiçadas do Central Park e famoso por receber personalidades ilustres agora está recebendo em seus quartos ociosos, profissionais da saúde empenhados no combate à Covid-19. Em três dias foi adaptado para acolher médicos e enfermeiros sem custo, na cidade que virou um dos maiores epicentros da pandemia no mundo. O Bulungula Lodge, na Wild Coast da África do Sul, está dando suporte a população mais vulnerável, por isso transformou suas acomodações em local de isolamento. Em Londres, por um acordo estabelecido entre o Intercontinental Hotels Group e a prefeitura, os sem-teto serão acolhidos nas acomodações vagas, além do grupo ter adotado uma política de cancelamentos e reservas bastante flexível. O AirBnB também lançou uma campanha para que os proprietários dos imóveis acolham profissionais de saúde temporariamente sem o pagamento da taxa da empresa. Isso para dar apenas alguns exemplos das tantas iniciativas solidárias que temos visto.

Four Season Hotel New York.

O setor aéreo foi um dos mais atingidos com essa crise que travou o mundo, isolou cada um em sua casa e nos tirou a liberdade de ir e vir. Apenas uma malha reduzida e essencial de voos tem sido mantida. Parte das pessoas que embarcam formam a linha de frente no combate ao coronavírus, seja no atendimento direto ou na distribuição de equipamentos de emergência ao setor de saúde, ou estão voltando para casa.

A Latam suspendeu temporariamente os voos internacionais no mês de abril e terá redução de 95% das operações com passageiros no mês de maio. Manterá voos para transporte de carga humanitária, como parte do programa Avião Solidário. 

Não se sabe ao certo quando as frotas voltarão a conectar o mundo sem susto e nos levar para perto das pessoas que amamos ou de nossos destinos de sonho. Mas imagina-se que a partir de junho as viagens comecem a ser retomadas aos poucos e até setembro todas as fronteiras já tenham sido abertas pelo mundo.

A Emirates está operando apenas com algumas aeronaves para repatriar cidadãos aos Emirados Árabes. Os procedimentos de limpeza e desinfecção ganharam reforço, e malas de mão não podem entrar junto com os passageiros. O aeroporto de Dubai, que é um dos principais hubs do mundo, tem previsão de retornar gradativamente sua operação em meados de junho. No momento, está fechado para estrangeiros.

Adiar é preciso. Não cancele seus sonhos. Bem pelo contrário, vai sobrar tempo para programar ainda melhor aquela viagem tão esperada. “Estaremos aqui para você” é o lema da campanha lançada pela rede Decameron All Inclusive Hotels & Resorts com propriedades no México, Jamaica, Panamá, Colômbia, Costa Rica, Haiti, El Salvador, Equador e Peru para incentivar as pessoas a continuarem sonhando e se planejando para o momento em que o isolamento social terminar.

Com esse mesmo intuito, muitos hotéis estão fazendo vendas antecipadas de diárias com bons descontos para serem usadas até 2021, assim como os sites de várias companhias aéreas fazem boas ofertas e oferecem flexibilidade.

Decamerón Barú, Cartagena.

O turismo, que representa o meio de subsistência para cerca de 10% da população mundial, está paralisado. Estamos sendo forçados a viajar sem sair do sofá. A indústria do turismo está em pausa enquanto circulamos por museus, circos, hotéis, pontos turísticos e assistimos espetáculos on-line. Estamos descobrindo, pelo turismo digital, novas maneiras de explorar a floração das tulipas na Holanda, de dar um zoom nos afrescos de Michelangelo pintados na Capela Cistina, de visitar virtualmente aquela prainha convidativa no Caribe, de fazer em casa a receita do pão de queijo oferecido pelo Instagram do hotel que marcou uma de nossas viagens ou de brindar com um belo Pisco Sour do bar do hotel Portillo por estarmos bem de saúde. 

Aliás, aí vai a receita:

- 1 dose de suco de limão, 
- 2 doses de pisco chileno, 
- 1 colher de açúcar,
- clara de ovo,
- gelo. 

Coloque o pisco e o açúcar no liquidificador e misture-os bem. Adicione o limão, a clara e o gelo e continue a bater até o gelo ficar bem triturado e aparecer uma espuma. Finalize com algumas gotas de bitter e agradeça por estar bem nesse momento.

Pisco Sour em Portillo, no Chile.

Mas, há uma luz no fim do túnel. Os países asiáticos que foram os primeiros afetados pelo vírus, depois de um ciclo de quatro meses começam a dar sinais de recuperação. A ocupação dos hotéis na China - o país estopim da pandemia - estava ao redor de 7% em fevereiro e fechou o mês de março com 30%, sendo que praticamente 90% dos hotéis já reabriram as portas.

Em breve colocaremos o nariz novamente para fora de casa e suponho que o primeiro turismo que ressurgirá será o local, entre junho e agosto. E, aos poucos, a partir de setembro o mundo gradativamente se reconectará, cercado de cuidados e desconfianças.

Destinos mais tranquilos e menos populosos sairão na frente. Grandes aglomerações serão evitadas até que esse fantasma se apague. Os padrões de higiene ganharão reforço e provavelmente o estado de saúde dos viajantes será monitorado com mais atenção. Experiências voltadas à natureza e ao bem-estar certamente serão valorizadas.

Percebo que a partir desse momento caótico, o turismo global desenhará um rascunho de seus novos capítulos. Por que não manter o lado bom dos novos protocolos de limpeza e cuidados com a saúde dos hóspedes? Ou manter uma pontinha dessa política de hospitalidade que se mostrou tão generosa nos hotéis para casos especiais? Afinal, a ocupação quase nunca é de 100%. Nos aeroportos novas tecnologias para fazer reconhecimento facial, aferir a temperatura dos passageiros e monitorar seu estado de saúde em breve serão uma constante. Outro ponto importante que veio à luz é o excedente de comida dos hotéis que pode ser doado à bancos de alimentação para auxiliar a quem precisa. Além disso, temos visto um céu mais limpo enquanto reduzimos as emissões de carbono e oceanos menos poluídos. Certamente haverá uma preocupação maior com o meio ambiente já que vimos essa luz acender.

Vamos descobrir novas possibilidades. Isso é fato! Precisamos aprender com a crise, fazer uma corrente de apoio e cultivar esse legado solidário que tem se revelado mais forte do que nunca.

Proteja-se e cuide da saúde de todos à sua volta!

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